miércoles, 23 de mayo de 2012

Humberto Pinho Da Silva-Porto, Portugal/Mayo de 2012


EM LOUVOR DO CACHORRO





O matutino de hoje noticia a notável aventura da cadelinha galega, que em terras da Corunha se perdera, e decorrido oito anos, capturada em Trás-os-Montes.
Graças à dedicação do veterinário de Vinhais, a cachorrinha, foi após aturadas diligencias, identificada. Avisado o dono, caçador desportivo, prontamente a veio buscar.
 Diz o repórter, que não foi preciso identificar o proprietário do animal, porque este, logo que o pressentiu, desatou em alegre e festiva correria.
Mais um exemplo, entre muitos, da dedicação canina; animais que nos ensinam significativas lições de amizade e gratidão.
Também João Bosco possuía robusto amigo de quatro patas.
Encontrou-o na rua, em noite escura e fria. Era agigantado, de meter medo, mas acercou-se do santo, tão carinhosamente, que D. Bosco não hesitou adoptá-lo.
O cão, como se sabe, consegue distinguir, nos humanos, sentimentos. É intuição que raras vezes o engana.
O Pardo, ao avizinhar-se do fundador dos Salesianos, reconheceu, por certo, os nobres qualidades do santo.
O companheiro tornou-se não só amigo, mas também protector. Corajosamente o defendeu em situações bem difíceis.
Agora outros exemplos de amizade canina:
Na presença de meu pai, contou-me a Dr.ª Maria da Glória, médica gaiense, que encontrando-se exausta, resolveu descansar na marquise do consultório.
De súbito penetra na sala, o cachorro, e insistentemente puxa-lhe, com os dentes, o vestido.
Contrariada acompanhou-o Mal havia dado escassos passos, desabou, com formidável estrondo, o estuque do teto.
Lembram-se do cão do mítico Ulisses, quando regressou a Ithaca? Nem os familiares o reconheceram, apenas o Argus, ao vê-lo, tão alegre ficou, que morreu de contentamento.
Virgílio, Homero, Sócrates - que jurava pelo seu cão, - e Alexandre Magno, não pouparam, em escritos e palestras, rasgados elogios ao cachorro, que lhe foi dedicado.
Gioto, chegou a imortalizar o cão de guarda, que o acompanhou em verdes anos, na base do campanile de Florença.
E Guilherme Braga e Luiz Guimarães, dedicaram-lhes belos e comoventes poemas. Um ao Sultão; outro, ao Veludo, rafeiro que de cansaço sucumbiu junto ao dono.
Conhece-se os sentimentos caninos pela cauda, agitação e língua (lambendo - sinal de ternura e amizade); já agora, se me permitem, uma curiosidade: só o cão domesticado ladra; e ladra para poder comunicar-se com os humanos.
Não admira, portanto, que os cachorros sejam os únicos que não precisam de trabalhar para serem amados. E são amados, porque amam incondicionalmente a quem lhes mostre carinho. Amam não por interesse nem por medo, mas por amor e gratidão. Qualidades que raramente conhecemos no nosso semelhante.

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