viernes, 24 de junio de 2011

Humberto Pinho Da Silva-Porto, Portugal/Junio de 2011

COMO SANTIAGO PROTEGEU OS CRISTÃOS NA BATALHA DE CLAVIJO




Entraram com poderosíssimo exército, os mouros, na Península Ibérica, tomando quase todos os reinos de Espanha. Reinava então, D. Rodrigo.
O sobrinho, o Infante D. Pelaio, cavaleiro corajoso, conseguiu reconquistar as terras de seu tio. Infelizmente, os reis que lhe sucederam, ou por cobardia ou medo, recearam enfrentar os infiéis, e estabeleceram tratado de paz, obrigando-se a entregarem, anualmente, cem donzelas.
Iniciou o infame pagamento o Rei Mauregato e prosseguiram a ignomínia os sucessores, até que D. Ramiro I, valoroso e destemido guerreiro, indignado com o opróbrio e afronta ao Rei assentou romper o acordo. Da decisão avisou Abderrameno II, poderoso Rei de Córdova.
Imediatamente os mouros ajuntaram numeroso exército e invadiram as terras de D. Ramiro.
Encontraram-se em Clavijo. Deu-se a batalha. Combateu-se ferozmente de ambos os lados, mas os mouros, mais numerosos e melhor preparados, facilmente destroçaram as hostes cristãs.
Vendo-se vencido, D. Ramiro, foge para o monte Clavijo, e tenta reorganizar o desbaratado exército.
A derrota era considerada como iminente. Os homens de Rei Ramiro iriam combater em vã. Não havia fuga possível: ou morriam ou seriam cativos.
Noite alta, D. Ramiro, viu diante de si esbelto cavaleiro, que montava garboso cavalo branco. Na mão direita empunhava a espada; na outra, guião, onde se via, em vermelho vivo, a Cruz de Cristo, que lhe assevera, em voz clara:
- Antemanhã, ao romper do dia, desce e dá luta. Eu, apóstolo Santiago, protector de Espanha, garanto-te a vitória.
Contou alvoraçado, o Rei, a visão. Correu a nova pelo arraial improvisado, e mal rompia o Sol o horizonte, descem os cristãos, em louca correria, investindo desassombradamente.
Os mouros ainda dormiam…
Reorganizara-se sem demora os infiéis, e iniciaram encarniçada peleja.
De súbito, diante dos cristãos, surge cavaleiro, montado em cavalo branco, erguendo na mão esquerda o estandarte com a Cruz de Cristo.
- Santiago! - Gritaram em nuíssimo, os cristãos.
- Santiago está connosco! - Bradaram jubilosamente os homens que combatiam junto ao Rei.
Esmoreceram os mouros, perante a magnificência do alferes-bandeira, e rapidamente foram vencidos.
D. Ramiro, em agradecimento, prometeu, logo ali, que daria a primícia de todo o fruto colhida em Espanha, aos ministros da igreja de Santiago.
Imediatamente foi a Calaharro fazer escritura pública. Isso foi a 24 de Março de 834.
Eis a razão porque em toda as batalhas, os militares de Espanha, invocam Santiago.
Aqui tem o leitor como o Apóstolo defendeu os cristãos na batalha de Clavijo.

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